23 de jun. de 2014

(Resenha) Perdão, Leonard Peacock - Matthew Quick

Título: Perdão, Leonard Peacock 
Autor: Matthew Quick
ISBN: 9788580573954
Editora: Intrínseca
Nº de páginas: 224




É o aniversário de Leonard e, ao fim do dia ele vai se matar, mas antes, vai assassinar seu ex-melhor amigo. O que você faria no seu último dia de vida? Leonard vai presentear 4 pessoas que fizeram diferença em sua vida: Walt, o vizinho obcecado por filmes de Humphrey Bogart; Baback, que estuda na mesma escola que ele, é um deus do violino, e com quem pouco troca palavras; Lauren, a garota cristã de quem ele gosta e com quem tem seu primeiro beijo, e Herr Silverman, o professor de história que está agora ensinando à turma sobre o Holocausto.



Leonard é infeliz, é sozinho, é isolado, é esquecido, é desassociável, principalmente após um incidente que o fez romper sua amizade com seu ex-melhor amigo. A narrativa também é composta por cartas do futuro, cartas escritas pelo próprio Leonard como se fossem escritas por pessoas que fazem parte do seu futuro, ideia do professor Herr Silverman para motivá-lo a não desistir de permanecer vivo.

O livro é narrado por Leonard, de forma não linear, mas centrados no dia em que Leonard faz aniversário e dia que resolve se matar. 

Ao entregar seus presentes a cada um de seus privilegiados, nota-se a troca de lições entre si e como a expressão "carpe diem" é incorporada em suas falas e atitudes. Leonard defende a ideia de se jogar no que não é remoto, de fazer o que quer fazer, de questionar quando lhe convém ou não, de quebrar os dogmas, os paradigmas, o preconceito e padrões.


“Faça algo de que goste hoje. Coma alguma comida exótica da qual nunca ouviu falar. Pare um estranho e peça a ele para lhe explicar em detalhes seus maiores medos, suas esperanças e aspirações secretas, e em seguida diga-lhe que você se importa. Por que ele é um ser humano. Ponha o sonho em dia. Ligue para um velho amigo que você não vê há anos. Arregace as pernas da calça e entre no mar. Faça alguma coisa! Qualquer coisa! Por que você inicia uma revolução, toda vez que respira.”


A princípio eu quis recomendar esse livro ao mundo inteiro, não só pela mensagem e ideias, mas também por ser um livro com estrutura diferente, por não seguir uma linha reta, e por ter no rodapé explicações enumeradas pelo personagem principal, algo bem inovador. Mas, como nem tudo é perfeito, tive algumas decepções (pra não dizer frustrações!).


[Aqui fala uma leitora decepcionada, não me leve a mal]

Ao mesmo tempo que o rapaz defende a vida, ele a destrata planejando o suicídio, então todo o papo de vida feliz vai por água abaixo. (contradição)
Eu também percebi Leonard se colocando como vítima em alguns momentos, isso me irritou um pouco.
( -1 ponto comigo e +1 ponto pra contradição)
Por fim, o desfecho me irritou profundamente, deixou 100% a desejar, sem graça, muito vago. Eu não entendi a intenção de Matthew ao finalizar desta forma, pois a leitura foi muito dinâmica e agradável (mesmo com as contradições) e tinha tudo pra matar o leitor com muitas emoções, mas não o fez (não comigo). Queria um final mais convincente, um reparo em algumas mágoas que ficaram, esclarecimentos em algumas situações mal resolvidas, mas enfim, talvez seja também um final humano, inacabado. Não entendi.

Concluindo, eu não fiquei feliz e se me perguntarem vou responder: "Leia, algumas coisas compensam e talvez você possa entender de uma outra forma. (e direi mais) Me diz o que achou depois."



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